Entenda como ter noites de ruins pode influenciar diretamente nos nossos hábitos alimentares e ganho de peso
Nós passamos boa parte da vida, cerca de 1/3, dormindo. Mesmo assim, tentamos todos os dias encurtar este tempo de sono para inserir inúmeras atividades e obrigações dentro das 24h diárias! Será que essa é uma boa opção? Com certeza não!
O sono é um processo fisiológico fundamental e, tanto sua qualidade quanto a sua quantidade são importantes.
A privação do sono, ou seja, dormir menos horas do que se deve, afeta diretamente a produção de alguns hormônios que estão relacionados com o nosso metabolismo e ingestão alimentar. Veja:
Agora, tente imaginar ir ao supermercado fazer compras após uma noite inteira sem dormir.
Pois é, há estudos que mostram um consumo de 385 Kcal a mais às custas de alimentos mais prazerosos e calóricos, como os alimentos ricos em açúcares e gorduras. E tudo isso, possivelmente, relacionado a essas alterações hormonais provocadas pela privação de sono.
Por outro lado, quando pensamos na apneia do sono, um distúrbio muito relacionado à obesidade, a relação pode ser uma via de mão dupla. Este distúrbio é um fator de risco importante para a condição de sono ruim, ao mesmo tempo em que observamos ganho de peso mesmo após o diagnóstico e início dos sintomas.
Nesta condição não há problema com o tempo de sono, mas, sim, um sono de má qualidade impacta nos mesmos fatores já citados acima. Soma-se a isso a redução do gasto energético, provavelmente mediado pela sonolência diurna e pela fadiga, com uma consequente redução da atividade física.
Por fim, o que se observa é um ciclo vicioso que pode se iniciar em qualquer um destes pontos: privação de sono, que leva ao aumento da fome, saciedade e procura por alimentos mais prazerosos, que gera aumento da gordura corporal e ganho de peso, que provoca piora da qualidade do sono por causa da apneia, redução da atividade física por sonolência excessiva durante o dia e menor gasto energético associado ao aumento da fome.
Lógico que não estou dizendo que apenas este fator leva ao ganho de peso. Existem fatores biológicos, emocionais e ambientais também envolvidos, mas cuidar do sono faz parte das boas práticas no tratamento contra a obesidade
Sendo assim, é importante, por parte dos especialistas de endocrinologia e otorrinolaringologia, tanto uma atenção em relação a algumas queixas como roncos ou engasgos, pausas respiratórias, despertares durante a noite e sono não reparador, quanto orientar para bons hábitos na hora de dormir, a chamada boa higiene do sono:
Enfim, a necessidade de sono varia de pessoa para pessoa, mas sabe-se que, um adulto pode se adaptar bem a uma duração de sono entre 6 a 9h/dia.
Respeitando-se o mínimo de 6h e desde que você acorde disposto, não apresentando sintomas de privação de sono como, tremores nos olhos e nas mãos, fala lenta, prejuízo na execução de tarefas, sonolência diurna, fadiga, piora da concentração, memória e humor, você encontrou a sua média adequada de sono. BUSQUE RESPEITÁ-LA DIARIAMENTE!
Referências:
1 – Aécio Flávio Teixeira de Góis... (et al). Médicos na cozinha. In: Porto, R. Sono: as intervenções mais eficazes para melhorar a qualidade do sono. 1ª Ed. São Paulo: Editora dos livros, 2019. P. 47-63.
2 – Chapman. Acute sleep deprivation increases food purchasing in man. Obesity 2013
3 – Al-Khatib. The effects of partial sleep deprivation on energy balance: a systematic review and meta-analysi. EJCN 2017
4 – Aielo, A N, Drager, L F . Revista Abeso – evidêcias em obesidade e síndrome metabólica (Tiragem exclusiva para prescritores): Dormir mal e excesso de peso: uma via de mão dupla . São Paulo. N 119, p. 10-13, nov./dez. 2022.
Artigo escrito pela médica endocrinologista da Clínica Humanitare, Dra. Roberta Penhalbel Pinheiro (CRM 126383/ RQE 53788)
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