Tempo seco aumenta o risco cardíaco e potencializa doenças respiratórias

23 de agosto de 2023

Segundo o Ministério da Saúde, a baixa umidade requer cuidados, principalmente com as pessoas que já têm ou tiveram sintomas de doenças respiratórias e comprometimento coronário.


O ar seco que atinge São Paulo e outras regiões do país merece atenção, afinal, essa condição eleva a concentração de poluentes, e pode aumentar em 50% o risco cardíaco de pessoas com alguma vulnerabilidade, como comprometimento coronário. O risco aumenta porque para manter a pressão arterial com esses vasos dilatados, o coração precisa trabalhar e bater mais forte. Além do coração fazer mais esforço, os poluentes do ar promovem uma irritação no pulmão.


Para o cardiologista e clínico geral do HCor (Hospital do Coração), Dr. Abrão Cury, essa irritação é ruim, pois os brônquios ficam mais fechados. Quando isso acontece, os vasos também se fecham mais e o coração vai bombear contra um pulmão mais fechado, além de aumentar a resistência dos vasos. “A desidratação pelo ar seco também preocupa, pois quando a umidade do ar está baixa, o pulmão continua necessitando de um ar com 100% de saturação. É importante saber que a desidratação traz, também, outras consequências graves, como maior risco de trombose e sobrecarga ao coração. Com isso, o coração se vê obrigado a trabalhar mais depressa”, diz Dr. Abrão Cury.


Tempo seco e atividade física! Cuidado redobrado!


Dr. Abrão Cury, do HCor, recomenda cautela ao praticar atividade física ao ar livre durante os dias com ar seco e grande concentração de poluição. “É preciso se hidratar mais do que o normal. O ideal é só praticar exercícios ao ar livre antes das 8h e depois das 19h. Sem vento e chuva, as partículas de poluentes ficam de dois a cinco dias voando sem se depositar, e vão sendo transformadas pela radiação solar, gerando radicais livres. Outra dica é não correr e se exercitar próximo aos carros, pois os níveis de poluentes são muito mais altos nos corredores de tráfego, do que no meio das árvores de um parque”, esclarece.


Baixa umidade relativa do ar e o aumento da incidência de doenças respiratórias


De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a umidade do ar ideal compreende a faixa entre 50 e 80%. Entretanto, em algumas épocas do ano, como no inverno, ela tende a cair, inclusive, abaixo de 30%. As regiões Centro-Oeste e Sudeste são, geralmente, as mais prejudicadas. Nestes estados, há um significativo aumento de buscas por atendimento médico, principalmente por pessoas alérgicas. Isso acontece porque as mucosas costumam ressecar e inflamar nestes períodos.


Em outras regiões, a baixa umidade também causa desconforto, mas algumas atitudes podem ajudar a diminuir os problemas causados pela falta de chuva. Segundo o Ministério da Saúde, a baixa umidade requer cuidados, principalmente com as pessoas que já têm ou tiveram sintomas de doenças respiratórias.


De acordo com o pneumologista do HCor (Hospital do Coração), Dr. João Marcos Salge, os cuidados com a saúde começam sempre com uma boa hidratação e alimentação saudável. “Neste período é sempre importante a pessoa assumir uma alimentação saudável e se hidratar bastante. Outra dica é quando estiver em casa deixar o ambiente livre para a circulação de ar, bem limpo e sem a presença de objetos que acumulem poeira como cortinas, carpetes e bichos de pelúcia”, orienta Dr. Salge.


Com a queda da umidade, além do ar poluído, as vias aéreas ficam mais ressecadas, o que favorece a intensificação de problemas respiratórios. “Tanto ressecamento pode causar até sangramentos no nariz, mas uma boa dica para quem tem problemas respiratórios como rinite e sinusite é a utilização de soro fisiológico para hidratar as narinas. Além disso, algumas atitudes em casa ajudam a diminuir os transtornos como o uso de cortinas leves e que possam ser lavadas mais facilmente, a utilização de panos úmidos para a limpeza, evitando as vassouras, e a colocação de bacias com água em ambientes da casa”, explica o pneumologista do HCor.


Dicas para amenizar os desconfortos causados pela baixa umidade relativa do ar:


• Ingerir bastante líquido

• Espalhar panos ou baldes com água em ambientes da casa, principalmente no quarto, ao dormir, ou utilizar umidificadores de ar

• Evitar grandes aglomerações

• Evitar carpetes ou cortinas que acumulem poeiras

• Evitar roupas e cobertores de lã ou com pelos

• Evitar exposição prolongada à ambientes com ar condicionado

• Manter a casa higienizada, arejada e ensolarada

• Lavar nariz e olhos com soro fisiológico algumas vezes ao dia

• Trocar comidas com muito sal ou condimentos por alimentos mais saudáveis

• Evitar exercícios físicos entre às 10 horas da manhã e às 05 horas da tarde


Fonte: https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/tempo-seco-aumenta-o-risco-cardiaco-e-potencializa-doencas-respiratorias/

18 de dezembro de 2024
Pessoas portadoras de obesidade têm mais probabilidade de ganhar peso nas férias do que as pessoas com peso normal. E isso pode significar peso a mais no ano, já que alguns estudos mostram que apenas metade deste peso é perdido. Consequentemente, isso pode contribuir para um ganho gradual de peso ao longo da vida. Mas, quero te ajudar! Por isso fui pesquisar e encontrei um estudo muito interessante. Dele vou te entregar aqui as estratégias que você precisa para, pelo menos, manter o peso nesta época tão desafiadora do ano. Vamos lá: 1 – Mantenha a sua rotina de exercícios; 2 – Monitore suas porções e não esqueça de sempre incluir no prato folhas, legumes e frutas; 3 – Fique atento às suas escolhas alimentares ou conte calorias; 4 – Tenha uma balança para chamar de sua e se pese regularmente; 5 – Acrescente mais atividade na sua rotina; 6 – Faça escolhas: quais comidas valem a pena para você? Evite escolhas que não são especiais ou importantes. Está diante de muitas opções? Dê um rolê primeiro. Observe e só então escolha! 7 – Nos dias das festas, ajuste a quantidade nas outras refeições. Por exemplo: no dia da ceia de Natal, coma alimentos menos calóricos e em menores porções nas outras refeições; 8 – Pare de comer assim que se sentir saciado: A sua caneta anti-obesidade, se estiver usando, vai ajudar muito nesta estratégia. 9 – Evite alguns tipos de comidas; Molhos e carnes gordurosas são um perigo e podem conter muitas calorias. Opções saudáveis são aqueles com mostarda e iogurte; maracujá e laranja. E cuidado com as carnes gordurosas. Carnes brancas típicas desta época como, chester e peru, são ótimas opções. Assim como salmão ou outros peixes assados ou grelhados. Fuja da fritura! 10 – Contribua com algo saudável. Por exemplo, ofereça-se para levar uma bela salada; 11 – Não deixe as sobras destes alimentos tentadores em casa. Embrulhe e distribua entre os convidados ou funcionários da sua casa. Isso evita excesso de calorias no resto da semana; 12 – Se preciso, peça ajuda à Inteligência Artificial para fazer escolhas saudáveis; 13 – Evite ou reduza o consumo de bebidas alcoólicas; 14 – Foque em outros pontos não alimentares desta época do ano. Abrace. Curta a reunião em família e amigos. Coloque a conversa em dia. Ative as suas memórias mais antigas; 15 – Reduza o tempo sentado. Ofereça ajuda na organização, na limpeza. Brinque com as crianças! Dance! 16 – Inicie um programa de emagrecimento ou siga uma dieta; 17 – Escolha lanches saudáveis durante viagens ou passeios. Castanhas são sempre uma ótima opção! Evite chegar de barriga vazia nas grandes comemorações! 18 – Compartilhe suas metas de peso com alguém muito querido e peça-lhe para te apoiar. Não esqueça, dia 2 de janeiro de 2025 é Quinta-feira. Não espere a segunda. Volte para a sua rotina alimentar e, por favor, pese-se! Referência: Olson KL, Coffino JA, Thomas JG, Wing RR. Strategies to manage weight during the holiday season among US adults: A descriptive study from the National Weight Control Registry. Obes Sci Pract. 2021;7:232–238. https://doi.org/10.1002/osp4.470 Artigo escrito pela médica endocrinologista da Clínica Humanitare, Dra. Roberta R. Penhalbel Pinheiro ( CRM 126383/ RQE 53788) .
Por robpenhalbel 28 de outubro de 2024
O diabetes é uma dificuldade de controle do açúcar no sangue! Aqueles açúcares visíveis, como por exemplo, do açucareiro, eu sei que você já sabe que deve eliminar! Mas e os açúcares invisíveis? Pois é, você sabia que dos nutrientes que ingerimos: as proteínas, gorduras e carboidratos, depois de metabolizados, são transformados 100% em açúcar? Sabia que o pão, arroz, macarrão, farinha, batata, enfim, tudo que é da terra, pode afetar os seus níveis de açúcar no sangue. Mas, você sabia que embora todos os alimentos ricos em carboidratos se convertam em açúcar em nosso corpo, o conteúdo de fibras, proteínas e gorduras de um alimento influencia o impacto desse alimento nos níveis de açúcar no sangue? Esses nutrientes vão definir quão rapidamente os níveis de açúcar aumentam no sangue, ou seja, no índice glicêmico. Quanto mais alto, mais rápido esse açúcar sobe! Mas, isso não é tudo! A carga glicêmica também importa! Ela mostra que todos os alimentos podem realmente se encaixar em uma dieta quando você está de olho na moderação e no tamanho da porção. Assim, como a maioria dos alimentos não é consumida isoladamente, mesmo se você tiver um alimento com alto índice glicêmico em mãos, comê-lo junto com alimentos que contenham muitas gorduras saudáveis, fibras e proteínas magras pode diminuir drasticamente quaisquer oscilações de açúcar no sangue. Pensando nisso, passo a compartilhar seis alimentos que tendem a aumentar os níveis de açúcar no sangue — e como consumi-los e, mesmo assim, manter os níveis de açúcar no sangue mais estáveis.  1 - Grãos brancos, que são uma fonte refinada de carboidratos
Por robpenhalbel 4 de setembro de 2024
Que o excesso de peso traz um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2, pressão alta, infarto, derrame e gordura no fígado, eu sei que você sabe! E o impacto deste excesso de peso na qualidade do sono? Você já pensou? O aumento do peso corporal leva também ao acúmulo de gordura em volta do pescoço. Com isso, o canal que usamos para respirar se estreita e pode levar a uma obstrução, ou seja, esse canal se fecha de forma parcial ou total e o ar tem dificuldade em passar por ele. Além disso, aquela gordura acumulada na barriga pode dificultar o pulmão de se expandir o seu máximo, principalmente quando você está deitado, o que também contribui para o fechamento do canal de passagem do ar. Isso pode levar a tão falada apneia do sono. E como você pode desconfiar? O seu parceiro te fala assustado que você ronca muito e às vezes para de respirar por alguns segundos. Ou, depois de te avaliar e medir a circunferência do seu pescoço com uma fita métrica, o seu endocrinologista te pergunta exatamente isso! Sim, esta medida maior do que 42,5cm em homens e 37,5cm em mulheres geram maior risco. O fato é que você acaba não dormindo bem e a qualidade do seu sono não é boa, pois, falta oxigênio nestes momentos de parada da respiração, gerando sonolência durante o dia. Pode ser que você também apresente dificuldade de concentração, memória, irritabilidade e dor de cabeça pela manhã. A sonolência diurna é frequente e maior quanto mais grave a apneia. Após a suspeita clínica, o diagnóstico é feito pelo exame de polissonografia que é o monitoramento do sono por equipamentos eletrônicos. Antes do exame, a avaliação com o otorrinolaringologista é indicada para que seja avaliada a presença de língua grande, amigdalas e úvula grandes, palato redundante ou queixo pequeno, que também podem contribuir para esta condição. Dormir bem é essencial para o bom funcionamento do corpo. Um sono de má qualidade tem consequências muito além do que você imagina: pode reduzir a produção de massa muscular; aumentar a chance de ganho de peso ( vide texto no blog com o título: “Noites mal dormidas e ganho de peso” ); depressão, reduzindo a qualidade de vida. A apneia do sono é uma doença muito frequente, embora uma grande parte dos indivíduos que a possua permaneça sem o diagnóstico. Pensar em estratégias que diminuam o peso e tratem a apneia do sono atuam de forma sinérgica em seu benefício. Neste cenário, as medicações anti-obesidade têm papel importante. A interação entre os especialistas é muito importante para que o paciente possa se beneficiar com o melhor tratamento. Aqui, na Humanitare, isso é possível com diagnóstico, orientação, acompanhamento e tratamento adequados com os especialistas em endocrinologia e otorrinolaringologia, seja para a sua queixa principal respiratória, relacionada ao peso ou sono. Emagreça e melhore seu sono! Referências: https://sbpt.org.br/portal/publico-geral/doencas/apneia-do-sono/ https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-apneia-do-sono/ Drager, L F, Aielo, A N, Giampá S. Revista Abeso – evidências em obesidade e síndrome metabólica (Tiragem exclusiva para prescritores): A importância de diagnosticar a apneia do sono. São Paulo. N 125, p. 6-9, abril/ maio/ junho. 2024. Artigo escrito pela médica endocrinologista da Clínica Humanitare, Dra. Roberta R. Penhalbel Pinheiro ( CRM 126383/ RQE 53788) .
11 de julho de 2024
Adoçantes são alternativas saudáveis ou trazem riscos à saúde? A TV Diário do Brasil conversou com a endocrinologista, Dra Roberta Penhalbel Pinheiro, para saber sobre recomendações, mitos e verdades destes produtos. Confira!
11 de junho de 2024
Esta é uma dúvida angustiante e desesperadora das mulheres que estão passando pela transição menopausal. Sim, esse texto em especial é para você que tem entre os 45 e 55 anos e está vivendo essa fase. Bem, antes de ocorrer a cessação permanente da menstruação, os sintomas clínicos da baixa do hormônio feminino (o estrogênio) já são sentidos pela mulher. São ondas de calor e suor, instabilidade emocional, insônia e, também, uma mudança significativa e incômoda no peso e no acúmulo de gordura na barriga. É importante esclarecer que o envelhecimento natural gera ganho de peso, independente da menopausa. Mas, a queda do estrógeno gera, sim, alterações mais do que o aumento no peso indicado na balança. Altera de forma negativa a composição corporal. Isso pode ocorrer tanto diretamente, por desregulação nos centros da fome no nosso cérebro, quanto de forma indireta, causada por distúrbios do sono, oscilações de humor e estresse psicológico, que levam a maior busca por alimentos palatáveis, calóricos e ricos em gordura. Afinal, isso acaba sendo uma recompensa! Além disso, a falta de disposição física e sintomas depressivos tentam justificar a diminuição da atividade física, que atrelada a dores articulares e envelhecimento, acabam sendo uma desculpa para se movimentar menos! Mas, como manter a massa magra sem se exercitar? Então, esta perda que já ocorre nessa fase se intensifica e, com menos músculos, a taxa metabólica em repouso abaixa. E isso acaba sendo um outro fator causal para o ganho de peso. O fato é que esse aumento de massa gorda predominantemente na região abdominal tem relação direta com o aumento do risco cardiometabólico, elevação da pressão, formação de placa de gordura nas artérias, aumento do colesterol ruim e da resistência à insulina, que aumenta o risco de diabetes. Mulheres na pós-menopausa com obesidade têm um risco quatro vezes maior de mortalidade por doença cardiovascular. Neste cenário, a reposição hormonal não é recomendada para o manejo da obesidade abdominal, mas, se bem avaliada e em doses e vias adequadas, acompanhada e sem contra indicações, é sempre bem-vinda. E, provavelmente pode resultar em alterações favoráveis da composição corporal, prevenindo a perda de massa muscular e óssea, além de benefícios no humor, sono e bem-estar geral. Assim, como os métodos adequados de avaliação clínica para identificar a obesidade, as abordagens englobam a orientação de um estilo de vida saudável, atividade física e, se necessário, medicamentos antiobesidade, os quais podem ser fundamentais neste contexto. O endocrinologista pode te ajudar a reduzir o impacto do climatério na obesidade. Artigo escrito pela médica endocrinologista da Clínica Humanitare, Dra. Roberta R. Penhalbel Pinheiro ( CRM 126383/ RQE 53788) . Adaptado com linguagem para leigos de artigo publicado na REVISTA ABESO-EVIDÊNCIAS EM OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA, n 124, p. 26-33, jan./mar. 2024.
19 de abril de 2024
“Dra, estou fazendo jejum intermitente. Tirei o café da manhã da minha rotina.” Afirmação muito comum no consultório quando os pacientes decidem iniciar esta prática por conta própria. Bem, se esse é o seu caso, com todo carinho e cuidado gostaria de te dizer: jejum intermitente não significa só tirar o café da manhã. Eu não abriria mão do meu café da manhã! Isso porque cada vez mais se entende a importância da crononutrição. Ou seja, comermos de acordo com o nosso relógio biológico. E aqui vale caprichar no café da manhã. Aquele igual ao de uma rainha ou rei, sabe? E procurar jantar mais cedo, entre 16h e 18h. Assim, você estaria fazendo um jejum entre 16h a 20h de intervalo entre as refeições e respeitando o horário de descanso do seu corpo! Outra sugestão seria programar jejum em dias alternados. Mas, o que fazer na janela alimentar? Ah, este tempo é ainda mais importante! Neste período se concentrará tudo o que você vai comer. E precisa ser saudável! Então, para aderir ao jejum intermitente, o acompanhamento de uma nutricionista como parceira do nosso tratamento é muito importante. Com a prática, você vai perder peso e pode melhorar glicemia, insulina e pressão. O importante a destacar é que o jejum intermitente não faz mágica. Você emagrece por déficit de calorias, ou seja, gasta mais calorias do que consome! Bem, você continua aqui comigo no texto e está realmente pensando em iniciar essa estratégia. Agora, pare e pense: - O jejum intermitente se encaixa na sua rotina? - Você já passou longos períodos do dia sem se alimentar? Se você respondeu sim para uma destas perguntas, provavelmente você é um forte candidato para esta estratégia. Lembrando!!! Desde que você não esteja grávida, amamentando e nem apresente algum distúrbio alimentar. A melhor dieta é sempre aquela que você consegue fazer e manter em longo prazo. Do contrário, pode ficar difícil com o tempo e você vai desistir. Considere sempre sua rotina, seu estilo de vida e um bom aconselhamento profissional. Seja de um endocrinologista ou de uma nutricionista. De preferência aos dois! Artigo escrito pela médica endocrinologista da Clínica Humanitare, Dra. Roberta Penhalbel Pinheiro ( CRM 126383/ RQE 53788) .
19 de abril de 2024
No 2º semestre de 2023, a atriz Cléo Pires revelou ser portadora da Tireoidite de Hashimoto. Anteriormente, a multiartista Claudia Raia e a modelo norte-americana Gigi Hadid também já tinham exposto que possuem o distúrbio. Esse tipo de notícia sempre gera repercussão e preocupação geral. Então, imagino que você também possa estar preocupado. Mas, afinal, o que é essa tal doença de Hashimoto? Ela nada mais é do que uma doença autoimune, ou seja, o próprio organismo da pessoa ataca a tireoide como se fosse um corpo estranho. Nosso sistema de defesa, que deveria nos proteger, produz anticorpos que atacam a própria glândula. E isso pode afetar seu funcionamento, gerando o hipotireoidismo, que é quando a tireoide funciona menos do que deveria. A tireoidite de Hashimoto é geneticamente herdada e outros membros da família também podem apresentar a doença. Essa destruição da tireoide pode levar anos e só vai se manifestar quando grande parte da glândula tiver sido destruída. Assim, o tratamento não é propriamente da tireoidite de Hashimoto, mas dos efeitos que ela causa no paciente, que são consequência da diminuição dos hormônios produzidos pela glândula. O distúrbio pode ser detectado por acaso em exames de rotina ou na investigação de sintomas como fadiga, sonolência, exaustão física, queda excessiva de cabelos, unhas quebradiças, falhas de memória, menstruação irregular e intestino preso. Apenas nos casos em que a tireoide já não está funcionando corretamente se inicia o tratamento que atualmente é feito com a Lev0tir0xina, que é um hormônio igual àquele que a tireoide deveria produzir, mas não está produzindo na quantidade adequada. Lembre-se sempre de fazer o acompanhamento da saúde da sua tireoide com um médico endocrinologista. Artigo escrito pela médica endocrinologista da Clínica Humanitare, Dra. Roberta Penhalbel Pinheiro ( CRM 126383/ RQE 53788) .
6 de fevereiro de 2024
Especialista falou sobre a saúde metabólica na rádio 96FM Bauru
12 de janeiro de 2024
A resistência à insulina é uma condição que afeta uma parcela significativa da população, porém, muitos desconhecem seus riscos e impactos na saúde. Este artigo tem como objetivo esclarecer o que é resistência à insulina, seus sintomas e, mais importante, como preveni-la e tratá-la. O que é resistência à insulina? A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, desempenha um papel crucial no transporte da glicose do sangue para o interior das células, onde é utilizada como fonte de energia. A resistência à insulina ocorre quando há dificuldade para que a insulina cumpra sua função biológica. Em outras palavras, ela perde eficácia, exigindo uma produção maior desse hormônio para realizar o mesmo trabalho. Sintomas e consequências da resistência à insulina A resistência à insulina é uma condição silenciosa, muitas vezes sem sintomas evidentes. No entanto, seus efeitos podem ser devastadores, aumentando o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão arterial e outras complicações metabólicas. Além disso, a resistência insulínica pode favorecer o surgimento de neoplasias, alterações nos níveis de colesterol, triglicerídeos elevados, aumento do ácido úrico e esteatose hepática. Identificando a resistência à insulina A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia destaca que 90% dos pacientes com diabetes tipo 2 apresentam resistência à insulina. Embora essa condição seja predominante em adultos, é mais comum em pessoas obesas, sedentárias ou com histórico familiar da doença. Além disso, a resistência à insulina pode manifestar-se por meio de sintomas como Acantose Nigricans, manchas marrons na pele, especialmente na região do pescoço, braços ou axilas. Possíveis complicações associadas à resistência insulínica Quando a resistência à insulina está associada à síndrome do ovário policístico, podem surgir sintomas adicionais, como o aumento de pelos no rosto e corpo, acne, oleosidade na pele e irregularidades no ciclo menstrual. Prevenção e tratamento A boa notícia é que a resistência à insulina pode ser prevenida e tratada, principalmente através de mudanças no estilo de vida. Uma dieta saudável, com baixas calorias e foco na perda de peso, é fundamental. A redução da gordura visceral, especialmente a abdominal, contribui significativamente para melhorar a resistência à insulina. A prática regular de atividade física também desempenha um papel crucial. Exercícios como musculação e treinos resistidos são particularmente eficazes, pois aumentam a massa muscular, melhorando a sensibilidade à insulina. Em alguns casos, o médico pode indicar o uso de medicamentos. Conclusão A resistência à insulina é uma condição séria que, se não tratada, pode levar ao desenvolvimento de diabetes e outras complicações metabólicas. É crucial que as pessoas compreendam a importância de um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada e a prática regular de atividade física, para prevenir e tratar essa condição. A conscientização e a adoção de medidas preventivas são passos fundamentais para garantir uma vida saudável e livre dos riscos associados à resistência à insulina. E, lembre-se, consulte sempre o seu médico endocrinologista para o correto diagnóstico e tratamento. Artigo escrito pela médica endocrinologista da Clínica Humanitare, Dra. Roberta Penhalbel Pinheiro ( CRM 126383/ RQE 53788) após compilação e leitura de diversas fontes de confiança.
5 de dezembro de 2023
A Semaglutida na dose de 2,4mg (Weg0vy) mostrou reduzir o risco cardiovascular em 20% em pessoas com doenças cardiovasculares e obesidade! Foi isso que o estudo SELECT, com mais de 17 mil pacientes, mostrou! E isso foi muito comemorado pelos endocrinologistas! Já que é a primeira vez que um estudo mostra a redução de eventos cardiovasculares graves no tratamento da obesidade. Ainda não entendeu? Nas próximas linhas pode ter certeza que não faltou determinação em descomplicar o assunto para você! Não quero você tenha dúvida do tamanho do benefício que esse tratamento pode te oferecer no tratamento da obesidade. Vamos lá? As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e no Brasil não é diferente. Mas o que são as doenças cardiovasculares? O termo “doenças cardiovasculares” é utilizado, na maioria das vezes, para condições que envolvam e formação de uma placa de gordura (aterosclerose) na parede de nossas artérias. À medida que essa placa cresce, dificulta a passagem do sangue. Isso pode ocorrer em qualquer artéria no corpo, mas as mais acometidas são as coronárias (artérias do coração) -que levam sangue para o músculo cardíaco - as carótidas - que levam sangue para o cérebro - e a aorta, a principal artéria que distribui sangue para todos os nossos órgãos. Quando essa placa obstrui totalmente a passagem do sangue, então pode ocorrer o ataque cardíaco – infarto, ou acidente vascular cerebral (AVC) - derrame. A formação da aterosclerose (placa de gordura) depende de vários fatores, sendo os principais: idade, fumo, pressão alta (hipertensão), diabetes (açúcar no sangue), colesterol elevado (dislipidemia), hábitos alimentares pouco saudáveis, estresse, OBESIDADE e sedentarismo. O risco de doença cardiovascular ao longo da vida em pessoas com obesidade sem diabetes é de cerca de 1 em 2 nas mulheres e 2 em 3 homens. E isso é um risco grande! Entende agora? A obesidade é um fator de risco reversível para as doenças cardiovasculares (que agora você já sabe quais são!) e esse estudo mostrou que tratando esta condição com a Semaglutida na dose de 2,4mg não se reduz apenas peso mas também, a chance de um novo evento tão grave em pessoas já passaram por isso antes! Nenhuma mudança de estilo de vida ou intervenção farmacológica para sobrepeso ou obesidade demonstrou isso antes! E de forma muito consistente! Foram mais de 17 mil pacientes portadores de obesidade e que já tinham sofrido um evento cardiovascular - ataque cardíaco, AVC ou doença arterial de membros inferiores (pernas) acompanhados por 40 meses (mais de 3 anos). A terapia foi segura, sem aumento significativo de eventos adversos graves, embora os sintomas gastrointestinais tenham sido mais comuns. A Semaglutida na dose de 2,4mg (Weg0vy) já foi liberada pela Anvisa, mas ainda não está sendo comercializada. Você é portador de obesidade? Quer saber se possui indicação para o uso da medicação? Vem comigo! O endocrinologista é o profissional que te conduz de forma cuidadosa e com carinho nesta jornada que, agora você sabe, vai muito além do peso. Realmente significa melhorar a saúde! Fontes pesquisadas: 1 - https://www.healio.com 2 - https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMe2312646 3 - Conhecimentos gerais adquiridos durante a formação acadêmica em medicina e atualizações constantes da médica endocrinologista em fontes diversas. Artigo escrito pela médica endocrinologista da Clínica Humanitare, Dra. Roberta Penhalbel Pinheiro ( CRM 126383/ RQE 53788) após compilação e leitura de diversas fontes de confiança.
Mais Posts
Share by: